quinta-feira, 28 de abril de 2011

8˚ POSTAGEM - mil desculpas pela demora mais uma vez, to em semana de provas


Capítulo 9: A Caixinha Rosa
Continuação Nicholas Narrando

Corri para a janela, coloquei a cabeça para fora e lá estava a escada no chão do jardim. Precisei contar de 1 até 10 para não jogar Joe janela afora.
“Muito bem, seu bizonho! E agora, o que a gente vai fazer?”-Quase gritei.
“Como eu ia saber que ainda íamos precisar dela?”-Murmurou, cruzando os braços.
Arregalei os olhos na mais pura descrença. Como ele podia fazer uma pergunta daquelas?
“Você tem razão, Joe, não precisamos da escada. AFINAL, A GENTE VOA!”-Aumentei a voz nas últimas palavras, chegando ao meu limite.
Meu irmão burro deu de ombros e jogou-se na cama de Miley, enquanto eu me forçava a pensar em um jeito de sairmos dali, já que a janela, era muito alta para pular.
“Calminha, Nick, ou você pode ter um derrame do coração.”
Mesmo amando meu irmão, tinha horas que eu queria simplesmente matá-lo lentamente. Eu estava uma pilha. O dia tinha sido estressante e agora, estávamos presos no quarto da pior garota do mundo. O que mais poderia acontecer de desastroso na minha noite?
Passaram-se 33 minutos contados no relógio, e eu não havia tido nenhuma idéia para nos tirar daquele quarto. Eu temia que Mileyentrasse no quarto a qualquer momento, fizesse um escândalo e Billy pensasse ainda mais que éramos pervertidos, pois ficamos em maus lençóis com a história do apagão. 
“Ah, cara, estou ficando com fome, será que Miley não guarda nem um chocolatinho aqui?”-Perguntou Joe, entediado, abrindo a gaveta do criado mudo.
Mesmo estando distante, notei uma caixinha rosa dentro da gaveta. Aquilo me chamou a atenção, pois não havia nada no quarto deMiley que não fosse preto ou azul escuro.
Tomei a frente de Joe, ignorando seus protestos e peguei a caixinha rosa. Era incomum, do tamanho de uma caixa de sapatos e o nome de Miley estava escrito na tampa com purpurina. Tive vontade de rir, aquilo não era nada a cara dela, era feminino demais para alguém como a Cyrus. Não resisti e abri, sentando-me na cama. Me surpreendi ao ver fotos antigas, um cordão de prata com pingente, em formato de estrela, mas o fecho estava quebrado, como se houvesse sido rompido. E, no fundo da caixa, uma carta.

Ergui uma sobrancelha, ao ver uma foto de Miley bem mais jovem, deveria ter uns 12 anos. Ao seu lado, uma mulher muito bonita que logo deduzi ser sua falecida mãe. Denise havia me dito, semanas atrás, que a mãe de Miley morreu muito cedo, mas ela não me contou o motivo de sua morte. Miley tinha um sorriso estampado em seu rosto tão verdadeiro, diferente dos sorrisos sarcásticos que eu estava acostumado a ver. Sua aparência também era diferente, cabelos mais curtos, óculos de grau e, pasmem, usava um vestido! Ela até que parecia uma criança bem normal. Tentei imaginar quando foi que ela virou a encapetada que é atualmente. Larguei a foto dentro da caixa e peguei a carta, quase me queimando de curiosidade. Seria algo que eu poderia usar contra ela?

Logo nas primeiras palavras, notei que era uma carta de sua mãe.
“Para minha querida Sorriso:

Eu prometi que estaria com você no seu 13º aniversário, mas os dias têm sido tirados de mim como grãos de areia levados pelo vento, por isso, não poderei cumprir minha promessa. Eu sei que ainda é uma menina e tem muitas coisas para aprender, mas te peço que seja forte todos os dias de sua vida. Não permita que nada te abale, que nada te faça perder o rumo e principalmente, não derrame suas preciosas lágrimas. As coisas sempre irão melhorar de um jeito ou de outro. Gostaria de ter mais tempo para te dar vários conselhos, para lhe ajudar em todas as suas fases da vida, mas só posso me dar o luxo de lhe dizer que o mundo real,o mundo que não espera, é duro e difícil. Nem sempre a coisas acontecem como queremos e nem sempre o final é feliz. Por isso mesmo, precisa ser uma guerreira pronta para enfrentar um leão por dia, pronta para resistir a tudo, principalmente a esta fase que está prestes a iniciar em sua vida. A fase em que serão somente você, Billy e sua irmã Taylor. Minha Miles, não se preocupe comigo, não se preocupe com os problemas. Apenas guarde em seu coração essa frase: ‘Para todo o problema existe uma solução’.

Te amo profundamente.

Para sempre sua mãe...

Tish Cyrus.”
Fiquei alguns segundos apenas segurando a carta, tentando encaixar a vida de Miley naquelas frases escritas por alguém à beira da morte. Por mais que ela tivesse sofrido com a morte prematura de sua mãe, não justificava as atitudes imaturas e egoístas dela. Miley, com certeza, sentia falta de Tish, mas isso não era motivo para infernizar a vida das outras pessoas. Eu, Joe e Kevin vivemos grande parte da nossa infância em um orfanato, rejeitados, como as outras crianças que lá estavam, e não usávamos isso como desculpa para sermos rebeldes. Por mais que eu tivesse ficado sensibilizado pela carta, sabia que não poderia ceder na minha guerra contra Cyrus, afinal, ela nunca cederia, nunca pararia, nunca desistiria de tentar acabar com a felicidade de Denise. Eu tinha que continuar minha guerra, que só havia começado e aquela carta, em nada mudou minha opinião sobre Miley, ou meus planos.

Miley Narrando

Emily preparava um sanduíche, e eu apenas observava, sentada à mesa da cozinha. Emily murmurou algo que eu não entendi. Eu até queria lhe dar atenção, mas não estava com saco. Essa noite era uma daquelas noites que eu me sentia absolutamente sozinha. Eu até poderia estar no meio de um estádio lotado, ainda assim, me sentiria sozinha. Suspirei, lembrando-me de Tish, do seu sorriso, dos seus olhos, mas a lembrança do calor de seus abraços era algo que parecia ter se dissipado com o tempo.
Eu não sei por que me lembrei do meu 13º aniversário, o dia mais triste da minha droga de vida. Eu até poderia ver a cena, eu, Taylor e Billy em volta de um pequeno bolo, à luz das poucas velas, iluminando a sala de nossa casa em L.A e o som de um telefone tocando.
Quando o telefone tocou, eu já sabia o que era, eu já sabia que minha vida nunca mais seria a mesma. Observei em silêncio, Billy, agarrado ao telefone, enquanto suas lágrimas caíam por seu rosto perfeito.
A sensação de algo quebrando-se dentro de mim era quase audível, e tudo se apagou à minha volta, como se o mundo tivesse perdido seu brilho. Saí correndo da sala, corri sem direção. Apenas corri e corri, minhas pernas, após algum tempo, foram perdendo a força e eu me encontrava em uma rua deserta. Finalmente, parei sem fôlego, sem vida e caí sobre minhas pernas exaustas. Só aí, as lágrimas finalmente vieram e não vieram sozinhas. Os gemidos cortavam-me o peito ao saírem. Chorei como nunca havia chorado antes, chorei a morte da minha mãe, chorei o fim da vida perfeita que tínhamos. Chorei até meus olhos arderem e minha boca ficar totalmente seca. Por um impulso, puxei do meu pescoço, o cordão de prata que era de Tish, o cordão que eu tanto amava. Eu não poderia usá-lo por mais nem um segundo, pois isso, só me fazia lembrar que ela não estava mais comigo. Eu não sei quanto tempo passei ali, pois não conseguia enxergar nada além da minha própria dor.
Senti braços frios, em minha volta. Braços que eu conhecia, os braços do meu pai. Ele me segurou firme e me ergueu do chão. Coloquei meus braços em volta do seu pescoço e ele começou a caminhar. Eu não queria olhar em seus olhos, temendo que, se o fizesse, o veria sofrer pela morte do amor de sua vida. A outra parte de mim não resistiria e também sucumbiria. Ainda assim, eu podia ouvir os soluços vindo dele, soluços que eu jamais esquecerei.
Aquela noite eu chorei. E, no dia seguinte também, só parei quando li uma carta que minha mãe havia me escrito, uma carta de despedida, uma carta de força. Eu li aquela carta como se minha vida dependesse dela, e a força que ela me passou através daquelas linhas trêmulas, me fizeram resistir a dor daquele momento. Eu reli a carta várias e várias vezes seguidas, tentando gravar cada conselho no meu partido coração. Então, desde aquele dia, eu nunca mais chorei, nunca mais mostrei fraqueza, nunca mais fui a mesma. Se minha mãe queria que eu fosse uma guerreira, eu seria. Se ela desejava que eu enfrentasse um leão por dia, eu enfrentaria. Do contrário, eu me perderia em tanta dor, que morreria lentamente de tristeza. Eu estava pronta para me transformar em uma Miley forte, uma Miley que sobreviveria.
Engoli seco, ouvindo Emily murmurar meu nome, mas não dei importância. Saí da cozinha e fui, quase que correndo, até o quarto de Billy. Queria abraçá-lo, queria sentir que ele ainda era o mesmo Billy que me carregou naquela noite triste. Bati na porta do quarto e ele prontamente abriu. Não pensei, não falei, apenas o abracei. Ele me segurou forte em silêncio, eu podia sentir emoção em seu abraço. Eu podia sentir vestígios do meu Billy, mas a voz irritante de Denise me fez recuar. Ouvi ela me perguntar se eu estava bem, mas eu não queria perguntas, eu não queria Denise, eu apenas queria meu pai. Por isso, eu a odiava tanto. Por isso, eu a queria longe da minha vida, pois ela estava usurpando o lugar de Tish, não só na vida de Billy, mas no restante da minha família.
Saí correndo, enquanto Billy chamava-me e fui para a sala de música. Lá ninguém me encontraria, lá ficaria sozinha.
Nicholas Narrando

Peguei outra foto, e nessa, Miley estava mesmo engraçada. Usava um vestido estampado, trancinhas no cabelo e um sorriso abobalhado. Eu gargalhei e isso chamou a atenção de Joe, que ainda procurava alguma comida no quarto.
“Que foi?”-Perguntou ele, confuso.
“Olha só essa foto,cara!”-Mostrei-lhe e ele caiu na gargalhada.
“Isso é a Miley?”-Perguntou, pegando a foto de minhas mãos.
“Bem que podíamos fazer alguma coisa com essa foto aí.”-Falei, enquanto colocava a caixa rosa de volta no seu lugar.
“Hu-Hu... Sabe o que a gente podia fazer? Fundar um clube chamado Eu odeio Miley Cyrus.”
“Cara, de onde você tirou essa idéia?”-Perguntei erguendo as sobrancelhas.
“Por quê?”
“Porque é demais! Toca aqui!”-Disse, enquanto sentia a mão pesada de Joe bater contra a minha.
Nunca pensei que agiria como um pirralho, mas parecia que a situação exigia isso, pois eu estava travando uma guerra com a criatura mais infantil da face da Terra.
“Cara, eu vou dar um cochilo. Me acorda quando você tiver uma idéia, o que pode demorar meses.”-Falou Joe, deitando-se na cama e envolvendo-se com os cobertores.
Quando eu vi um dos lençóis, finalmente tive a idéia que nos tiraria dali.
Dez minutos depois, a corda que fizemos com os lençóis de Miley já estava bem presa e eu já podia descer por ela. Verifiquei mais uma vez se todos os nós ao longo da corda estavam firmes e joguei o lençol pela janela. Posicionei-me, passando para fora da janela, agarrado à corda improvisada.
“Joe, quando eu chegar lá em baixo, coloco a escada para você descer.”-Falei enquanto deslizava lentamente pelo lençol. Meu irmão apenas me fitava entusiasmado.
Olhei para o chão, verificando a distância que ainda faltava para chegar ao solo. Foi aí que senti um tremor na corda e, quando percebi o que era, entrei em pânico.
“Não, Joe, a corda não aguenta nós dois! Vai...AAAAAAAAAAAHHHHHHHH”-Gritei, sentido meu corpo ir de encontro ao chão. A dor em minhas costas foi intensa, mas o que veio a seguir foi ainda pior! Arregalei os olhos, vendo o corpo grande de Joe vindo em minha direção. Fiquei cerca de 30 segundos sem conseguir respirar. O impacto foi grande demais e Joe ainda estava deitado em cima de mim. 
“Posso abrir os olhos? Estamos vivos?”-Perguntou ele.
Reuni as forças que me sobraram e gritei em plenos pulmões:
“SAI DE CIMA DE MIM!”-O Idiota riu enquanto levantava-se, coisa que eu não consegui fazer.
Sentia como se um trator tivesse passado por cima de mim. Joe me ajudou a levantar, só então, minha respiração voltou ao normal. 
“Deixa de ser mulherzinha, Nick, não foi uma queda tão grande assim, eu não senti quase nada.”
O encarei sentindo minhas veias frontais latejarem.
“ÓBVIO! MEU CORPO AMORTECEU SUA QUEDA, SEU ANIMAL!”-Todo meu corpo queria voar em cima de Joe, e socá-lo até não me restar forças.
“Poxa, Nick, você tem razão. Valeuzão por isso, mano!”-Disse o futuro defunto, dando um tapinha no meu ombro.
Olhei em minha volta e senti falta do objeto que fôra motivo de tanto desastre.
“Joe, cadê a guitarra?”-Perguntei suando.
“Que guitarra?”
Meu olho esquerdo tremeu em fúria.
“PUTA QUE PARIUUUUU!!!!!” –Joe tinha razão, eu ia ser o primeiro ser humano a ter um derrame do coração.
Bufei, colocando as mãos na cabeça, sabendo que quando as férias terminassem, eu precisaria de terapia. Peguei a escada no chão, coloquei ela de volta, próximo a janela e subi alguns degraus.
“Joe, se você subir novamente nessa escada, considere-se um homem morto!”-Falei, lhe lançando um olhar negro, o bizonho apenas sorriu.
Dessa vez, sem Joe para atrapalhar, peguei a guitarra rapidamente e desci com ela pela escada, ainda sentido dores no corpo.
Miley Narrando

Ouvi um barulho ao longe. Eu não queria abrir os olhos, era muito cedo para alguém levantar da cama. Tudo o que eu queria era dormir mais umas 4 ou 5 horas. Agora, além do barulho, ouvia também uma voz, uma voz bem conhecida e chatinha.
“ACORDA, MILEY, ABRE A PORTA!”-Gritou Emily.
“EU QUERO DORMIR, FOFOLETE, ME DEIXA EM PAZ!”-Berrei de volta, colocando um travesseiro no rosto.
“TUDO BEM, ENTÃO VOCÊ NÃO VAI QUERER SABER QUE SUA MOTO CHEGOU!”
Pulei da cama tão rápido que fiquei tonta, arfei tentando me equilibrar e abri a porta. Nem olhei para a cara de Emily, saí correndo pela casa, só de pijama xadrez e cabelos bagunçadíssimos. Quando adentrei a garagem, avistei minha moto imediatamente, mas uma outra moto ao lado dela ofuscou totalmente a minha. Fiquei deslumbrada, era uma Suzuki Hayabusa 1300 prateada. Eu praticamente babei em cima dela. Alisei a lateral,perguntando-me se Billy havia comprado para mim numa tentativa de suborno, então...
“Não rala a mão na minha moto!”-A voz atrás de mim era conhecida e irritante. Nicholas passou por mim e subiu na moto.
Tentei fingir indiferença, mas eu ainda estava hipnotizada pelo veículo.
“Gostou?”-Perguntou o retardado.
“Não!”-Menti descaradamente.
“Ah, pena, porque se tivesse gostado, eu até te deixaria dar uma voltinha!”-Falou Nicholas, sorrindo.
Estreitei os olhos, bufando. Ele havia percebido meu fascínio pela moto e agora zombava de mim.
“Eu não preciso. Tenho a minha!”-Dei de ombros, indo em direção à minha amada moto.
O ronco do motor da Suzuki de Nicholas me fez sobressaltar. Até parecia música para os meus ouvidos. Eu estava louca para tocar naquela moto novamente, mas nunca iria admitir isso para o Jonas.
“Bem, vou lá para o quarto esperar você!”-Disse Nicholas, sarcástico.
“Como é?”
“Você logo saberá.”-Respondeu ele, saindo da garagem. Fiquei intrigada, mas tentei ignorar.
Vinte e cinco minutos depois, eu já havia trocado de roupa, escovado os dentes e dado um jeito no meu cabelo. Iria descer para tomar café da manhã, mas antes, queria tocar uma música na minha guitarra.
Olhei à minha volta e nem sinal da minha Fender, só a caixa amplificadora estava jogada no canto da parede. Vasculhei o quarto inteiro, até mesmo embaixo da cama, e nem sinal da minha preciosa Fender. Foi aí que vi um DVD no criado mudo escrito com letras vermelhas “MILEY”. Fiquei segurando o DVD, mergulhada em um misto de dúvida e curiosidade. Finalmente, coloquei o DVD dentro do meu laptop e logo, um vídeo começou a ser exibido.
A imagem estava fora de foco, mas podia ver que tinha alguém sentado em uma cadeira. O som que vinha do vídeo era nítido. Revirei os olhos, quando percebi de quem eram as vozes.
“Joe, tem certeza que isso está gravando agora? Estou de saco cheio, já fizemos isso 6 vezes!”-Reclamou Nicholas, mas eu só podia ver parte do seu corpo.
“Agora vai dar certo. Não se mova que vou colocar a câmera no tripé.”-Falou Joe, enquanto a imagem chacoalhava um pouco, provavelmente ele estava largando a câmera no tripé.
Agora eu conseguia ver os dois retardados claramente. Nicholas sentado e Joe atrás dele de braços cruzados e, por incrível que pareça, um gorro preto estava enfiado em sua cabeça com buracos mal feitos na boca e olhos.
Nesse momento, Nicholas virou-se para analisar o seu irmão bizonhento.
“Joe, que merda é essa na sua cara?”
“É para dar mais veracidade, toma usa a sua.”-Disse a anta do Joe, entregando um gorro preto para Nicholas, que, imediatamente, o pegou.
“Seu animal, ela já sabe que somos nós!”-Afirmou Nicholas, jogando o gorro na cara do irmão. “Por favor, não atrapalhe que eu não quero passar a madrugada toda fazendo isso!”-Nicholas virou-se de frente para a câmera e pude ver, ele revirando os olhos.
O que aqueles babacas estavam fazendo, afinal? Minha pergunta mental foi respondida quando Nicholas começou a falar:
Miley Cyrus, estamos com sua guitarra...”-Arregalei os olhos incrédula.
“POSITIVO!”-Disse Joe, com uma voz grossa.
Fiquei totalmente paralisada, eu não podia acreditar no que havia acabado de ver.
“Se você quiser ver sua guitarra novamente, é melhor vir até o meu quarto negociar...”
“POSITIVO!”
“Para de falar POSITIVO, Joe!"-Esbravejou Nicholas.
“POSITIVO!”
“É melhor você não contar para ninguém que seqüestramos sua guitarra...”
“POSITIVO!”
“...ou nunca mais verá sua preciosa Fender!”
“POSITIVO!”
“Que foda, Joe, não dá pra fazer nem a droga de um vídeo sem você estragar tudo?!-Esbravejou mais uma vez Nicholas.
“POSITIVO!”
Não aguentei, fechei o laptop com força, respirei fundo, então...
“AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH.”-Meu corpo tremeu violentamente, o sangue corria em minhas veias como fogo, e queria destruir a casa inteira.
Saí do quarto, ardendo na mais pura fúria, marchei até o quarto de Nicholas e chutei a porta. O barulho que ela fez ao bater contra a parede, não pareceu assustar Nicholas, que sorria sentado, tranquilamente na cama.
“Você!”-Apontei para o infeliz. “Dê adeus à vida!”
“Nada de ameaças, por favor, não vai adiantar. A sua guitarra já está em uma loja de instrumentos musicais usados, prontinha pra ser vendida. ”-Nicholas me lançou seu típico sorriso torto de débil mental e eu queria esfaqueá-lo, e jogar álcool por cima.
“Você não fez isso!”-Falei, duvidando, enquanto minhas pernas tremiam levemente.
“Fiz sim! Mas, você pode tê-la novamente, se aceitar um simples acordinho comigo. ”
“Que acordo?”-Respondi, arfando pesadamente.
“Feche a porta e venha aqui, vamos negociar. ”-Eu bem sabia que o Jonas do cabelo ensebado era capaz de tal ato, e acatei, querendo acabar logo com aquele pesadelo.
Após fechar a porta, me posicionei à frente dele com as mãos na cintura, para não correr o risco de me jogar em cima dele, estrangulá-lo até a morte e nunca mais saber onde minha Fender foi parar.
“Cara, você está suando!”-Debochou ele e eu simplesmente ignorei. “O lance é o seguinte, o vendedor da loja ficou muito interessado em sua guitarrazinha, ele já tem dois compradores para ela esperando um telefonema meu, autorizando a venda. Tudo que você tem que...”
“ESPERA AÍ! VENDER A MINHA FENDER? JONAS, VOCÊ ÉSTÁ DROGADO? VOCÊ SABE QUANTO VALE AQUELA GUITARRA? ELA TEM UM AUTÓGRAFO DO SLASH, AQUELA GUITARRA É ÚNICA!”
Ah, cara, não ia dar certo! Meu coração ia sair pela boca a qualquer momento e eu morreria literalmente de raiva. Eu deveria estar ficando de todas as cores do arco-íris nesse momento.
“Me deixe terminar, sim? Eu estava dizendo que tudo que precisa fazer é ser minha escrava por umas duas ou três semanas. Ainda não decidi.”-Nicholas falou aquilo com tanta naturalidade, que eu me questionei se estava realmente acordada ou em um pesadelo daqueles, de fazer você se borrar nas calças.
Calma, Miley. Inspira e expira, inspira e expira...
“Tudo bem, eu vou rir agora, digo que foi uma ótima piada e volto para o meu quarto com minha guitarra, ok?”-Perguntei, já sorrindo.
“Não é piada não, Cyrus, eu estou falando sério, você vai ter que ser minha escrava.”
Estaquei.
“Cadê as câmeras? Cadê a droga das câmeras?”-Perguntei alterada, enquanto vasculhava o quarto. “Eu estou num daqueles programas de pegadinha, não estou? Cadê as malditas câmeras?”
Nicholas gargalhou altíssimo.
“Eu já tenho minhas primeiras ordens, mas não quero que você enfarte agora e acabe com minha diversão. Então, vou pegar leve e te pedir apenas que me dê uma massagem nos pés, porque, cara, eu estou um caco.”-Nicholas disse, já tirando os sapatos. Arregalei os olhos, com um misto de descrença e ódio fumegante.
“SEM CHANCE! Eu não vou tocar nesse seu pé nojento!”-Fiz uma careta.
“Vai sim, e vai fazer a melhor massagem da sua vida.”-Falou o escroto, deitando-se, colocando as mãos atrás da cabeça e balançando os malditos pés.
“Nicholas, vai se danar!-xinguei, enquanto me direcionava à porta para dar o fora daquela situação insana.
“Tudo bem, vou ligar agora para o vendedor. Eu estou mesmo precisando de dinheiro para comprar uns pneus novos para minha moto.”-Nicholas já pegava o celular, quando eu percebi que estava totalmente ferrada.
“Espera...”-Disse o mais baixo possível, mas ele ouviu e sorriu torto. “Eu aceito o acordo, mas apenas uma semana, nem duas, nem três, apenas uma e não abuse da sua sorte, Nicholas.”-Eu queria morrer no momento em que proferi aquelas palavras. Tive uma enorme vontade de chorar de raiva, mas nunca cederia a esse tipo de fraqueza, ainda mais na frente do NICKZINHO.
“Ótimo, uma semana então, mas vai ser uma semana do meu jeito. E você pode começar a me chamar de querido amo.”
“NÃO MESMO! NÃO VOU CHAMAR VOCÊ ASSIM!”
“Você acha que consigo grana suficiente para comprar um capacete novo também?”-Perguntou ele, ajeitando o colarinho da camisa.
Esfreguei as mãos no rosto, transpirando. Eu realmente queria saber como foi que morri e fui parar no inferno, cujo o capeta era Nicholas Jonas.
“Anda, Miley, eu estou esperando!”
“Tudo bem, NICKZINHO.”-Falei, me aproximando da cama.
“NICKZINHO? Tem certeza que é isso que tem que falar?”
FILHO DA P*** 
“Tudo bem... querido amo.”-Falei entre os dentes, querendo socar a mim mesma.
Sentei-me na cama como quem vai para a forca. Fiz a maior cara de nojo quando minhas mãos tocaram os pés grandes de Nicholas, ele sorria como se tivesse ganhado na loteria.
Ah, meu Pai do céu, o que eu estou fazendo aqui? Socorro!
Miley, você não está massageando, está só tocando com a ponta dos dedos. Eu quero uma massagem de verdade.”
Respirei fundo e apertei o pé de Nicholas com toda a minha força, cravando as unhas.
“Aíííííí, sua bruta, não faça mais isso ou eu vou vender sua guitarra agora mesmo.”-Reclamou, erguendo parte do corpo e me encarando com olhos raivosos, mas logo, sua expressão voltou a ser divertida. “Eu tenho certeza que você sabe fazer massagem direitinho, então capriche, Cyrus.”
Eu mordi o lábio com força, queria gritar, queria sair correndo, mas fiquei lá massageando o pé do meu inimigo.
“Hum...é isso aí, pirralha, eu sabia que você conseguiria, nada mal.”-Nicholas falou em um tom de mais pura zombaria, enquanto eu continuava a lhe massagear os pés, enojada.

Joe Narrando

Saí do quarto animado, estava louco para curtir o dia. Meu Jipe havia chegado junto com os automóveis dos Cyrus e não via a hora de sair por aí e pegar umas totosas italianas. Quando passei em frente ao quarto de Nicholas, um gemido vindo de lá me chamou a atenção.
Que porcaria é essa? O Nicholas já está batendo umazinha uma hora dessas?
Me aproximei da porta sorrindo, com certeza eu iria zoar ele, mas me surpreendi quando ouvi vozes.
“Posso parar agora, Nicholas? Eu não quero mais fazer isso, é estranho!”
Meus olhos quase saltaram para fora quando percebi que a voz era de Miley. Então, colei o ouvido na porta. O que aqueles dois estavam fazendo? 
“Nem pense em parar, agora que está ficando gostoso, continue Miley...hum...”
Coloquei as duas mãos na boca o mais rápido que pude,ou todos poderiam ouvir minha risada.
CARACA, VÉI! O NICHOLAS TÁ PEGANDO A MILEY!
Vi Kevin entrar no corredor e logo fiz sinal para ele com os braços. O maluco veio correndo.
“Nicholas está gemendo!”-Sussurrei, apontando para a porta ao meu lado.
Kevin revirou os olhos.
“Joe, tem gente que gosta de privacidade nessas horas.”-Respondeu ele, fazendo pouco caso.
“Não é isso, ele está de promiscuidade com a Miley!”-Falei, sacudindo Kevin pelos ombros. Vi o choque passar pelo rosto do meu irmão.
“Mentira!”
“Não, é sério! Vem ouvir!”
Nós dois colamos o ouvido na porta do quarto.
“Há...hum...Miley, eu poderia ficar aqui o dia inteiro, tava mesmo precisando disso. Mais pra baixo e com mais força.”
Eu e Kevin nos encaramos prendendo a risada.
“Cara, se o Billy descobrir isso, vai nos expulsar daqui.”-Sussurrou meu mano.
“O que estão fazendo?”
Nos viramos assustados em direção à voz, só para nos deparar com a anã da Emily.
“Droga, Emily, fala baixo!”-Falei, tapando a boca da anã que me olhou assustada.
“Não exagera, Joe, solta a menina.”-Ordenou Kevin, e eu soltei.
Miley e Nicholas estão de esfrega-esfrega na maior promiscuidade.”-Novamente sussurrei.
“Mentira! Deixa eu ouvir!”-Sorriu a tarada da Emily, se metendo entre mim e Kevin.
Agora já éramos três, ouvindo a sacanagem.
“Nicholas, chega, você ainda não está satisfeito? Já fiz tudo que você queria, poxa.”“Como é mesmo que você deve me chamar? Anda, Miley, fala, ou você sabe o que eu faço.”
“Meu querido amo, eu estou cansada, não quero ficar nessa tortura.”
“Só mais um pouquinho, Miley, estou quase satisfeito...hum...aí que bom...acho que vou querer isso todo dia. Mais rápido!”
“Que coisa mais masoquista.”-Disse Emily, entre risadas abafadas. “Eu sabia que aquelas brigas todas eram tesão reprimido.”
Miley Narrando

Se Nicholas me provocasse mais uma vez, eu iria chutá-lo entre as pernas. O imbecil estava se divertindo enquanto me humilhava. Mas aquilo não ia ficar assim, quando eu recuperasse minha guitarra, ele iria se arrepender de ter nascido.
Minhas mãos já estavam cansadas de apertar aquele pé branquelo e estranho, eu nunca mais ia conseguir comer nada com a mão. ECA!
Bufei pela qüinquagésima vez, eu acho, esperando o filho da p*** me liberar daquela tortura. Ouvi sussurros e risadas abafadas, Nicholas também percebeu e levantou-se sem falar nada. Foi em direção à porta e eu o segui curiosa. Ele abriu-a de uma vez e, para nossa surpresa, Joe, Kevin e Emily desabaram sobre nós em meio a gritos, e todos fomos ao chão.
“Que vocês estavam fazendo atrás da porta?”-Perguntou Nicholas altivo.

sábado, 23 de abril de 2011

7˚ POSTAGEM - mil desculpas, responderei os comentários dps


Capítulo 8: Pronto para a Guerra
Miley Narrando

Houveram risinhos, mas ninguém se acusou. Depois, dizem que eu é que sou infantil.
“MUUUUAHAHAHAHAHA”-Riu Joe, como se fosse um monstro (o que ele realmente era para mim).
“Não faz isso! Eu tenho medo de escuro.”-Reclamou Emily com a voz trêmula.
“MUUUUUAHAHAHAHAHAHAHAHAHA”-A gargalhada patética e tenebrosa agora veio de Nicholas. Quanta imbecilidade.
Bem, eu não ia ficar parada ali a noite inteira. Dei alguns passos lentamente para frente, sem enxergar nada, tentando apalpar alguma coisa.

Nicholas Narrando

Eu ainda continha a risada por ter passado a mão na bunda de Taylor. Lógico que eu não ia perder aquela oportunidade, além disso, foi muito engraçado vê-la gritar.
Mas, eu não estava satisfeito. Eu queria beijá-la e, aquele momento seria perfeito para isso. No escuro, eu a agarrarei com força, ela não irá resistir,e ninguém ficará sabendo. Me aproximei de onde ela estava a poucos segundos atrás, quando lhe toquei a bunda.
Joe Narrando

Eu tinha certeza que o viadão do Nick tinha passado a mão na bunda de Taylor, só podia ser ele, pois eu nem me mexi e Kevin jamais faria isso.
Ah, caraca, ele pode se divertir e eu não? Eu quero dar uma dedada em alguém, e minha vítima vai ser a Taylor, ela é mesmo gostosa.
Quero dar dedada, quero dar dedada!


Taylor Narrando

Temi que a mão que passaram na minha bunda, a poucos segundos atrás, fosse a de Joe, porque eu desejava com todas as forças que ela fosse do gostosão do Nick. Eu estou no maior atraso e, ver ele todos os dias, tem me deixado louca. Eu o queria para mim, mas as coisas entre nós estavam indo muito devagar. Tudo bem que ele seria meu futuro irmão, mas eu estou realmente caidinha por ele. A palavra “namorar” não faz parte do meu dicionário, mas se ela viesse da boca de Nicholas seria perfeito.
Já que ele não havia tomado a iniciativa de me beijar desde o episódio no Pazzo Club, eu iria. Eu vou beijá-lo agora, enquanto todos estão distraídos, e ele não resistirá.
Então, me aproximei do local onde ele estava, antes do apagão.
Emily Narrando

Ai, como eu odeio escuro! É tão estranho, eu tenho certeza que tem um fantasma aqui. Se eu ver um vulto branco, vou enfartar e ninguém vai perceber nessa escuridão. Mas, e se eu abraçasse o Kevin? Será que ele me abraçaria de volta? Será que ele me protegeria?
Só vou saber tentando, afinal, está escuro, ele não poderá ver minha cara ruborizada.
Caminhei, trêmula, em direção ao local onde Kevin estava antes da luz sumir.

Kevin Narrando

Estou com pena da Emily, ela realmente parecia assustada com as gargalhadas dos meus irmãos. Por que ele são tão idiotas? Quando eles vão crescer?
Ainda estou com o copo de cerveja que Nicholas me pediu para segurar, antes de ele começar a imitar Miley. Estou morrendo de sede, mas não vou beber no mesmo copo que ele. Sabe quantas bactérias tem aqui, se proliferando tão perto das minhas mãos? Nojo!
Foco, Kevin, foco! Eu preciso me aproximar de Emily e lhe dizer para não temer, que logo a luz retornará.
Dei um passo para frente, tentando achá-la.
Billy Narrando

Denise e eu já estávamos voltando para a sala. Encontrei apenas uma lanterna, mas ela estava falhando, talvez bateria fraca, não sei. Quando chegamos na sala, ela apagou novamente. Tinha sido a quarta vez que ela apagava desde que a encontrei. Ouvi risos e gemidos na sala. Logo me apressei, chacoalhando a lanterna pra ela voltar a funcionar. Queria poder ver o motivo da barulheira.
A lanterna finalmente acendeu, e apontei para o meio da sala.
"Oh, Meu Deus!"-Gritou Denise ao meu lado.
Meus olhos quase saltaram para fora ao ver Joe dando uma dedada no traseiro de Emily, que gritou assustada e lhe deu um tapa. Kevin parecia horrorizado, enquanto Taylor prendia as mãos dele contra seus seios lhe tentando beijar, e, para completar, Nicholas estava... estava... beijando Miley?
A luz voltou de repente, e tudo ficou mais claro.
Miley Narrando

Tudo agora ficou claro. Só aí eu vi que o tarado que me segurava, quase quebrando meus ossos, era Nicholas Babacão Jonas, que ainda mantinha os olhos fechados.
AI, MEU DEUS, EU QUERO MORRER!
Ele tentava invadir a minha boca com aquela língua nojenta, e eu não permiti, cerrando os lábios fortemente. Eu queria gritar, mas só saía um gemido abafado, já que minha boca estava tapada com os lábios imundos dele, com tanta força, que chegava a doer.
As risadas altas à nossa volta, fizeram o tarado do Jonas abrir os olhos e, ao me ver, pulou para trás com o rosto pálido, como se tivesse visto um fantasma.

Nicholas Narrando

Eu ia ter um AVC a qualquer momento, ainda não podia acreditar no que os meus olhos viam. Eu estava beijado a pirralha da Miley?
Pulei para trás, ofegando e querendo que o chão se abrisse embaixo de mim.
“AAAAAAAAAAHHHH A MINHA BOCA! ECA,ECA,ECAAAAAAAA”-Ela gritou, furiosa, correndo para a cozinha.
Todos a seguiram, ainda rindo de sua reação. Eu não fiquei para trás. Me arrastei, acompanhado-os. Estava imensamente constrangido e não sabia como iria explicar aquele beijo. Se é que se pode chamar assim, pois nem mesmo consegui colocar a língua dentro da boca dela. Ufa, graças ao bom Deus!
Quando cheguei na cozinha, ela já lavava a boca na pia com muita água e detergente de louça. Que exagerada! Certo que eu também não havia gostado de beijar a pirralha, mas também não era motivo para tanto escândalo. Me senti um pouco ofendido, não entendi aquilo. Afinal, eu não tinha nenhuma doença.
Miley virou-se para nós com a camisa molhada, e seu rosto estava mais vermelho do que de costume. Só aí percebi que não era raiva, e sim, vergonha.
Nos encaramos por um segundo, então ela começou...
“Billy, bate nele! Ele me agarrou a força!”-Esbravejou Cyrus apontando para mim.
“Foi um acidente e tecnicamente, foi você quem me agarrou, pois ainda sou você, lembra?”-Me defendi zombando.
“Ele tem um pouco de razão.”-Respondeu Billy segurando o riso.
Miley bufou inconformada com a resposta de seu pai. Sinceramente, fiquei confuso quando a vi enchendo um copo com água da torneira, mas me mantive apenas observando.
“Já que é assim, nunca mais faça aquilo, Miley!”-Falou ela, jogando a água na minha cara.
PERFEITO.
Agora eu também estava encharcado e pronto para outra discussão, quando Billy interrompeu, com a pergunta mais constrangedora da noite.
“O que foi aquilo que todos vocês estavam fazendo na sala?”
Eu, meus irmãos e as garotas Cyrus começamos a berrar, todos ao mesmo tempo, nem mesmo eu conseguia me ouvir, quem dirá Billy, que ficou impaciente.
“Parem!”
Todos se calaram, mas a última frase ecoou no ar: “...porque eu só queria dar uma dedada!”-Aquilo só poderia ter saído da boca de Joe.
“Meu filho, que coisa feia de se dizer na frente das meninas! Eu não lhe eduquei assim!”-Disse nossa mãe séria.
“Desculpe!”-Falou Joe em um fio de voz, tirando seu fiel boné branco da cabeça e colocando-o no rosto. 
Kevin e eu rimos.
“Sinceramente, se as explicações vão ser desse tipo, eu prefiro nem ouvir, ou não vou conseguir dormir. Só, por favor, não aprontem mais.”-Pediu Billy, com uma mão na testa. Coitado, acho que ele estava pensando que havíamos iniciado uma suruba no escuro.
o dia seguinte, me sentia ótimo, não precisava ser mais Miley Cyrus e já podia vestir minhas próprias roupas. A idéia de terapia da minha mãe, foi um verdadeiro fiasco, provavelmente, não haveria nada no mundo que fizesse eu e Miley conviver juntos, sem brigas e catástrofes. Mesmo Denise, tendo que admitir que seu plano foi uma má idéia, estava animadíssima. Ela passou a manhã inteira na cozinha, preparando um almoço especial para Billy, mas não só um almoço, seria seu primeiro almoço. Ela me falou que prepararia uma macarronada. Uma receita antiga que aprendeu com sua mãe, ela sempre fazia para nós, mas Billy nunca havia provado. Era bom ver Denise tão feliz.
Quase todos nós já estávamos à mesa esperando o almoço ser servido, o sorriso estampado no rosto de Billy era de pura paixão. Ao poucos, eu estava percebendo o quanto aquele casal se amava. Minha mãe ainda se arrumava em seu quarto. Ela deveria estar muito nervosa, pois nunca demorou tanto para se produzir.
Uma coisa me incomodava, mas eu não queria deixar transparecer:a ausência de Miley. Não que eu me importasse com a pirralha, mas temia que ela estivesse aprontando alguma por aí.
Para o meu alívio, Miley chegou correndo na sala de jantar, sentou-se ofegante na mesa e não me encarou.
“Muito bem, quem está com fome?”-Perguntou Denise, adentrando o cômodo, contente.
“Eu!”-Gritou Joe e Miley ao mesmo tempo.
Hum, que estranho.
Denise fitou Miley com um enorme sorriso. Quase gritei: “mãe, não se iluda”, porém me mantive apenas analisando.
Minha mãe adotiva logo voltou da cozinha com uma enorme travessa de macarronada. O sorriso de orelha a orelha iluminou a sala de jantar. Ela fez questão de servir cada um de nós. Joe praticamente salivava em frente ao prato.
“Não comam ainda. Deixem Billy provar primeiro!”-Pediu ela.
Consentimos, vendo Billy pegar o garfo e enrolar o espaguete.
Miley me pareceu apreensiva demais, fitando seu pai. Ela nem mesmo piscou os olhos.
Billy colocou o espaguete na boca, sorriu e começou a degustar. Por um segundo, ele parou de mastigar e colocou um guardanapo na frente da boca. Podia jurar que seus olhos começavam a lacrimejar.
“Hum, delicioso.” 
“Comam!”-Incentivou minha mãe.
Assim como os outros, logo coloquei um garfo cheio na boca. A sensação foi horrível! Todos nós, praticamente cuspimos a comida ao mesmo tempo. Não dava para engolir, o molho do espaguete tinha gosto de esgoto. Mesmo bebendo muita água, o gosto terrível não saía da boca. Podia jurar que ali havia boldo, leite estragado, pimenta e creme dental. Como consegui sentir? Não sei, apenas senti e fiquei enjoado.
“O que foi? Não gostaram?”-Perguntou Denise assustada.
“Espera! Deixa eu provar!”-Falou Miley risonha. Ela colocou uma quantidade minúscula na boca e, logo depois, também cuspiu o espaguete, dizendo:
“MEU DEUS, NÃO ACREDITO QUE ME DEIXOU COLOCAR ISSO NA BOCA! A MORTE DEVE TER ESSE GOSTO. QUER ENVENENAR MEU PAI, SUA PIRADA?”
Miley, não fale assim com Denise!”-Respondeu Billy alterando-se.
Denise nos olhou já com lágrimas nos olhos, saiu correndo e Billy a seguiu.
A maldita Miley sorriu satisfeita para mim. Eu nunca bati em uma mulher, mas realmente tive vontade de socar Miley. Era claro como o dia que Miley havia estragado o almoço de minha mãe, pois Denise nunca errou ao fazer aquela receita.
Emily e Kevin olhavam para a garota, chocados. Taylor, indiferente, saiu da sala de jantar e Joe... continuou comendo, não sei como!!!
Lancei para a filha do capeta, meu olhar mais raivoso, a ponto do meu olho esquerdo tremer. Ela ignorou e saiu saltitando para fora da sala de jantar.
“Fica frio, Nicholas, não vale a pena se estressar.”-Interviu Kevin, colocando uma mão no meu ombro, na tentativa de me acalmar. Mas não ia adiantar, a garota Cyrus havia passado dos limites. Uma coisa era aprontar comigo e meus irmãos, outra era fazer Denise chorar.
Levantei-me, quase virando a mesa, e subi para o meu quarto. Bati a porta com força e soquei uma parede.
Eu já sabia o que fazer, sabia que não ia ter como fugir. Eu iria ser tão insensível e estúpido quanto Miley. Se ela queria alguém para confrontar, esse alguém seria eu, e não Denise. 
Desci as escadas em uma velocidade que não sabia ser possível, fui até um dos armários de limpeza, peguei um balde e fui para o jardim. Enchi o balde com água da piscina e marchei em direção à varanda onde Miley estava sentada, de costas para mim, com sua estúpida guitarra. Provavelmente, saboreando seu recente feito.

(ESSE FOI O MOMENTO EM QUE MILEY INICIOU A NARRAÇÃO DE NOSSA WEB)
Miley virou-se para me encarar, confusa. Não podia esperar nem mais um segundo, eu tinha que por a raiva que eu sentia, para fora.
Miley Cyrus, sua pirralha mimada! Você não sabe com quem se meteu. Só porque você é filha do Billy, eu não vou permitir que você apronte por aí com todo mundo, se é guerra que você quer, é guerra que você vai ter!”-Minha voz saiu grave e em um tom de fúria que eu raramente usava.
“Ah, ah, ah! Que foi, NICKZINHO? Tá com raivinha, é? Você é grande, mas não é dois, eu encaro!” 
“Encara isso!”-Falei, jogando toda a água na pirralha dos infernos. Ela ficou chocada e engasgando, enquanto eu me afastava.
Aquilo havia sido apenas um aviso de que eu estava PRONTO PARA A GUERRA. Miley Cyrus havia comprado uma briga que nunca iria vencer. 
Só depois que soube que minha mãe estava melhor, eu finalmente me acalmei. Minha explosão havia passado e eu estava pronto para começar a colocar os planos, que demorei duas horas bolando, em prática.
Joe e eu carregávamos pelo jardim escuro, uma escada. Nosso objetivo? Invadir o quarto da Miley e sequestrar sua estúpida guitarra Fender. Eu já tinha bons planos para ela.
“Nicholas, tem certeza que ela não está ai?”-Perguntou Joe, segurando a escada enquanto eu subia alguns degraus.
“Sim, ela está implicando com Emily na cozinha. Não se preocupe, vai dar certo.”-Afirmei sorrindo.
Adentrei o quarto pela janela que estava aberta. Quando coloquei os pés no cômodo, me perguntei se havia entrado no quarto certo. O quarto de Cyrus mais parecia o quarto de um garoto rebelde. Pôsteres de bandas de rock na parede, revistas de motociclismo espalhadas pelo chão e uma cama bagunçada. Me surpreendi por não ver nenhum revista de mulher pelada, afinal, a garota tinha tudo para ser uma lésbica.
Logo avistei a guitarra da minha inimiga, encostada em um canto de parede. Estava prestes a me mover para pegá-la, quando ouvi um barulho atrás de mim. Virei-me, só para constatar que era Joe entrando pela janela. Revirei os olhos.
“Não era para você ficar vigiando lá embaixo?”-Perguntei, já bufando.
“Era? Você não falou nada!”-Falou ele com cara de paspalhão.
“Não precisava, estava implícito!”
“Hu, hu...Tive uma idéia, vamos roubar todas as calcinhas dela!”-Disse o animado Joe, sentindo-se inteligente enquanto sorria.
“Aquela coisa provavelmente usa cueca. Vamos pegar logo a guitarra e dar o fora daqui.”-Caminhei em direção ao instrumento. Peguei a Fender pronto para sair dali rapidinho.”Anda, Joe, vamos sair daqui!”
“Então, pula você primeiro!”
“Pular? Desce pela escada, cara!”-Indiquei a janela.
“Que escada?”
“Droga, Joe, a escada que você estava segurando!”
“Ah, essa escada? Eu empurrei ela com o pé quando subi na janela. Você sabe, para não deixar rastro.”-Ele piscou sorridente.
“VOCÊ... O QUE?”

sexta-feira, 22 de abril de 2011

6˚ POSTAGEM - ultima de hoje


Miley sonhando:
(Eu estava em L.A, em uma clareira que nunca estive antes. Era tão lindo, os raios de sol gentilmente tocavam a minha pele, mas eu não estava só, Nicholas Jonas, um Nicholas vampiro estava lá comigo. A adrenalina pulsou nas minhas veias quando eu me dei conta do verdadeiro perigo. Ele conseguia sentir isso, não importava onde ele se sentasse. Seu sorriso se tornou zombeteiro."Eu sou o melhor predador do mundo, não sou? Tudo em mim é convidativo pra você: minha voz, meu rosto e até meu cheiro. Como se eu precisasse disso!"Inesperadamente, ele estava de pé, ele circulou a clareira em meio segundo."Como se você pudesse fugir de mim".-Ele sorriu amargamente.Ele levantou uma mão e, com um crack alto, ele arrancou uma árvore de dois metros de altura com raiz e tudo, sem esforço. Ele segurou ela com uma mão por um momento, e então, jogou ela pra longe com uma rapidez impressionante, fazendo com que ela se chocasse contra outra árvore enorme, ela caiu no chão com um barulho incrível, fazendo o chão tremer.E ele estava na minha frente de novo, a dois passos de distância, como uma pedra."Como se você pudesse me vencer."-Ele disse gentilmente.)

“AAAAAAAAAAHHHHHHH SOCORROOOO!”-Gritei saltando para fora da cama. Meu coração estava disparado, a pulsação descontrolada e me senti zonza. “Cruzes! Que pesadelo horripilante.”-Sussurrei, colocando a mão no peito e implorando para minhas pernas pararem de tremer. Então, me dei conta de que tudo não passava de um sonho sinistro.
Só o que me faltava agora era ter pesadelos com Nicholas! Ainda mais ele sendo um vampiro!
Nota mental: Nunca mais ler contos sobre vampiros na internet!
Respirei fundo, já recuperando o controle do meu corpo, deitei-me na cama e relaxei sob os lençóis. Sorri satisfeita, sendo embalada tranquilamente pelo sono. Então...

“Near, far, wherever you are (Perto, longe, onde quer que você esteja)
I believe that the heart does go on (Creio que o coração continua...)”

Coloquei rapidamente um travesseiro nos meus ouvidos numa tentativa de fugir daquela cantoria horrível. Infelizmente, a cantoria continuou.

Once more, you open the door (Uma vez mais, você abre a porta)
And you're here in my heart (E você está aqui, no meu coração)
And my heart will go on and on… (E o meu coração continuará e continuará…)

“Ah, meu Pai! Quem é esse mala cantando a essa hora? E que droga, logo essa música tenebrosa do Titanic que eu ODEIO!”-Falei, me debatendo na cama e pegando o relógio no criado mudo que marcava 7:00h.
Levantei furiosa e escancarei a janela do meu quarto, me inclinando para fora, só para me deparar com Joe, ao pé de sua janela que fica vizinha à minha, ao meu lado esquerdo, movimentando os braços, com olhos fechados e grunhindo feito um porco.

“Near, far, wherever you are 
I believe that the heart does go on..."

Eu não mereço, cara, eu devo ter jogado pedra na cruz com um estilingue.
“CALA A BOCA, JOE, CALA A BOCAAAAAAAA!!!”-Gritei em vão,já que o bizonhento estava com fones de ouvido e um IPod na mão esquerda.
Oh, meu Deus. Eu quero dormir.
“Once more, you open the door (Uma vez mais, você abre a porta)
And you're here in my heart (E você está aqui, no meu coração)
And my heart will go on and on... (E o meu coração continuará e continuará..)”

Breve ele não terá coração algum se não parar de cantar essa porcaria.
Virei a cabeça para o lado direito, onde a janela do quarto de Nicholas estava aberta.
“NICHOLAAAAAAAAAAS, NICHOLAAAAAAAAAAAAS, PORRA, NICHOLAAAAAAAAAAAAAAAAS!”-Gritei, já perdendo o controle com a cantoria do Jonas burro.
“Droga, Miley, são 7:00h da manhã, pára de gritar!”-Respondeu ele colocando a cabeça para fora, sonolento e com cabelo bagunçadíssimo.
“Diz isso pro bizonhento do seu irmão. Faz ele parar de berrar!”

"Near, far, wherever you are 
I believe that the heart does go on..."

O babaca do Nicholas riu ao ouvir a voz do irmão desafinadíssima.
“O que foi, Cyrus, não gosta de música?”-Perguntou ele com aquele sorriso torto, filho da mãe.
“Chama isso de música? Parece o som de alguém sendo esquartejado! Faz o animal parar!”-Reclamei.
“Ei, não chame ele assim! Só eu posso fazer isso!”-Falou ele chateado, colocando ainda mais o peito nú para fora da janela.
Por um momento, lembrei do pesadelo onde Nicholas era um vampiro. Senti calafrios, tentei tirar aquilo da minha cabeça, mas a cara brava dele só incentivava a minha memória.
“Nicholas?”-Chamei em um fio de voz.
“O que?”
“Tem alguma chance de você…bem…de você ser…”-Não consegui terminar a frase. Ele iria rir de mim pelo resto da minha vida.
“Fala, Cyrus.”-Insistiu ele.
“Nada não!”

"And my heart will go on and on... (E o meu coração continuará e continuará..)"

“Vou dar um tiro no seu irmão se ele não parar. Vai lá dar um chute nele, NICKZIHO!”-Provoquei sorrindo.
Juro que ao ouvir a palavra NICKZINHO, o olho esquerdo dele tremeu em nítido ódio e eu adorei.
“Não me chame assim, por favor.”-Pediu ele uma com voz rouca.
O que vocês acham que eu faria?
“Oh, não chamar você de que? NICKZINHO, NICKZINHO, NICKZINHO?”-Gargalhei zombando.
“Você que pediu,pirralha...”-Ele bufou e,para o fim da minha sanidade mental, começou em alta voz. “Near, far, wherever you are.I believe that the heart does go on...” 
SACANAGEM!
Rosnei querendo esganá-lo, voltando para a cama, enquanto podia ouvir os dois caras mais antas da história humana cantando...

"Once more, you open the door (Uma vez mais, você abre a porta)
And you're here in my heart (E você está aqui, no meu coração)
And my heart will go on and on... (E o meu coração continuará e continuará..)

“AAAAAAAAAAAH, MEU DEUS! EU MORO EM UM HOSPÍCIO!”-Gritei, me jogando na cama e tapando os ouvidos com os travesseiros.
Por fim, desisti de ser racional e saí do quarto, marchando em direção ao quarto de Nicholas. Bati na porta com as duas mãos, com toda a minha força e por várias vezes.
“O que está havendo?”-Perguntou meu pai, saindo de seu quarto com Denise ao seu lado, provavelmente verificando o barulho que eu produzia e que, ainda não havia parado de produzir.
Finalmente, Nicholas abriu a porta risonho.
“Esse babaca não me deixa dormir!”-Afirmei, apontando para o motivo do meu ódio.
“Foi você que me acordou aos gritos!”-Se defendeu, alterando a voz.
Eu estava com meu termômetro de estresse atingindo o último grau, e chutei a canela de Nicholas, que gemeu colocando as mãos nela. O Jonas estava ficando vermelho e eu percebi que ele ia explodir, quando a mosca morta da Denise se pôs entre nós.
“Vocês não percebem que estão agindo como criança no jardim de infância?”-Sua expressão parecia preocupada, mas não dei importância.
“Criança é ele, que fica cantando na janela só pra passar atestado de débil mental.”-Respondi cruzando os braços.
“Olha só quem fala, a senhora “resolvo tudo no chute.” -Argumentou o infeliz.
Billy alisou seus cabelos loiros e com uma voz pacífica, perguntou:
“Vocês não podem ser amigos e conviverem em harmonia?”
“NÃO!”-Ambos falamos em uma só voz.
“Eu não entendo todo esse desafeto, os outros estão se dando muito bem, se familiarizando, exceto vocês. Tem que haver uma solução, uma terapia ou coisa assim.”-Billy colocou uma mão no meu ombro e outra no de Nicholas.
“Espera, eu acho que tem algo que pode ajudá-los, Billy.”-Disse a mosca morta, se achando esperta. “Ó problema aqui, é que vocês não estão vendo o lado do outro, precisam se colocar na posição do outro. Assim, poderão ser flexíveis e a convivência poderá ser tolerável.”
“Como assim, mãe?”-Perguntou o burrão.
Tudo bem, eu também não havia entendido nada.
“Vou explicar da forma mais simples possível. Miley, você será Nicholas por 24 horas. E, Nicholas, você será Miley.”
O QUÊ?
Denise passou cerca de 30 minutos tentando nos convencer a aceitar seu plano bizarro. Pensei que Nicholas não fosse ceder, mas o que aparentou foi que ele simplesmente não conseguia dizer não para a mosca morta. Comigo foi diferente, me mantive em posição de defesa, nunca iria ficar 24 horas fingindo ser um tapadão como Nicholas, mas no final, Billy fez sua tão famosa chantagem “sem cartões de crédito” e eu acabei aqui. Na frente do espelho do meu quarto, analisando a visão apavorante de mim vestida com roupas formais, emprestadas de Billy (bem estilo Nicholas), fingindo ser o próprio Jonas.
Já que eu estava sendo obrigada a fazer aquilo, ia fazer bem feito, expondo para Nicholas, todos os seus defeitos irritantes. Ia ser moleza.
A calça preta ficou frouxa e horripilante em mim, camisa social azul de gola com as mangas dobradas até os cotovelos, sapatos pretos de uma grife qualquer (que ficaram grandes)e, por fim, a característica principal de Nicholas. Seu cabelo encebado.
Era triste ver meu cabelo tão bagunçado, coloquei quase todo o pote de gel. Estava uma nojeira, todo estranhamente enrolado, mas eu achei que isso expressaria bem o visual de NICKZINHO.
MEU PAI, 24 HORAS DISSO? SERÁ QUE AGUENTO?
Nicholas Narrando

CARA, COMO É QUE ALGUÉM CONSEGUE SE VESTIR ASSIM?
Eu tinha medo de ser assaltado pelo cara refletido no espelho. Eu mais parecia um delinquente. Tive que cortar uma das minhas calças jeans, deixando as panturrilhas à mostra. Detonei a calça o máximo que pude, bem estilo Miley. Achei uma camiseta velha larga do Guns n’ Roses, puxei para cima as meias brancas até a altura do tornozelo, calcei um tênis preto e enfiei um boné vermelho na cabeça. Sim, eu era uma versão masculina de Miley.
Por um segundo, imaginei como seria engraçado expôr os defeitos irritantes de Miley. Isso sim iria ser divertido.
Saí do quarto, me preparando para um dia sinistro,graças a péssima idéia da minha mãe. Infelizmente, não consegui lhe dizer “não”, ela me lançou um de seus olhares de animes pidões. Denise é uma pessoa muito generosa, e eu faria tudo para vê-la feliz, inclusive ser Miley Cyrus por um dia.
Quando coloquei um pé no corredor, percebi que Miley também estava saindo do seu quarto. Ela estava muito engraçada e com a cara vermelha de raiva. Mas o que era aquilo na cabeça dela? Minha nossa!
“O que você fez com seu cabelo? Está… encebado?”
“Acredite, eu me faço essa mesma pergunta sempre que te vejo.”
Prendi o riso. O cabelo da Miley mais parecia um ninho e nunca a vi tão engraçada.
“Olha só a sua roupa, você nem parece mais um almofadinha.”-A coisinha irritante gargalhou.
“Isso era pra ser um elogio?”-Perguntei já caminhando pelo corredor, mas não do meu jeito, e sim do jeito que Miley anda.
“EI, EU NÃO ANDO COMO SE TIVESSE UM PERNA MAIOR QUE A OUTRA!”-Gritou ela brava me seguindo. 
“Você que pensa!”-Zombei.
Ela passou por mim batendo no meu ombro com violência, descemos as escadas quase juntos e estaguinamos ao sentir que éramos o centro das atenções.
“Aí-Meu-Deus!”-Emily embasbacou.
“Nós já sabemos da idéia da mamãe, Denise. Como se sente sendo uma garota de 17 anos?”-Perguntou Kevin prendendo o riso.
“Está vindo muitas piadas ao mesmo tempo...”-Berrou Joe, com as mãos na cabeça revezando olhares entre mim e a pirralha ao meu lado. “Está vindo muitas piadas ao mesmo tempo, minha cabeça vai explodir!” 
Eu sabia que ia perder a paciência a qualquer momento.
“Pode fazer suas piadinhas sem graça, Joe.”-Miley falou imitando uma voz masculina que com certeza não parecia a minha. “Faça piadas, que vou fingir rir porque não tenho coragem de dizer na sua cara o quanto você é burro!”
Fiquei pasmo.
Ah, ela quer jogar? Vamos jogar!
Me joguei no sofá da sala emburrado e revirando os olhos.
“Se rirem de mim, eu vou bater em todo mundo até a morte. Porque eu realmente acho que tenho força pra isso no meu mundinho egoísta chamado Milolândia.”-Contive a risada.
Emily, Taylor, Kevin e Joe riam a nossa volta descontroladamente.
“Eu adoraria ter entendido sua piada, Miley, infelizmente eu não tenho cérebro suficiente para isso. Porque eu uso o meu único neurônio tentando ‘pegar’ sua irmã só para depois jogá-la fora.”-Provocou a pirralha, dando um tapa na bunda de Taylor que arregalou os olhos.
Se ela ia apelar, eu também iria.
Levantei-me e coloquei um braço em volta de Kevin, que já me olhou assustado.
“Eu tenho uma confissão a fazer.”- Todos pararam pra ouvir, inclusive Miley. “Esse meu jeito implicante, infantil e violento é porque eu tenho uma enorme carência sexual. Kevin, por favor, pode me ajudar com isso?
Vi Kevin corar envergonhado. Já, Miley, não estava corada, ela estava era ficando roxa de ódio e eu temi que ela revidasse.
Billy e Denise aproximaram-se rindo de nossas aparências, e percebi que algo de ruim ia acontecer, quando Miley segurou a mão de minha mãe.
“Mãe, preciso lhe contar um segredo.”-Falou Cyrus engrossando a voz.
“Sim...”-Respondeu minha pobre mãe, confusa.
“Eu sou gay!”
O QUÊ?
Joe rolava de rir no sofá,eu queria espancá-lo.
“Caraca, Nicholas, eu sempre desconfiei.”-O bizonho dava gargalhadas ensurdecedoras.
Eu ia matar Joe, mas principalmente Miley.Trinquei os dentes e cerrei os olhos, queimando em fúria.
A maior parte do dia foi um caos. Ser Miley foi mais difícil do que eu imaginei, e não tivemos progresso algum, muito pelo contrário, conseguimos discutir ainda mais.
À noite, todos saíram para jantar fora, Miley e eu recusamos por motivos óbvios: nossas aparências bizarras. Ela estava sentada no sofá da sala vendo TV e eu já sabia o que ia aprontar para provocá-la.
Miley Narrando

Eu tentava assistir TV, mas estava chateada demais para conseguir me concentrar em qualquer coisa.Tudo que eu queria era que o restante das 24h acabasse logo, já não suportava meu cabelo e, principalmente, as piadinhas bobas de Nicholas sobre mim. No entanto, o que foi mais engraçado foi ver a cara dele quando disse à sua mãe que “eu” era gay, ou melhor, o NICKZINHO disse. IMPAGÁVEL!
Sobressaltei ao sentir um corpo enorme se jogar contra o meu, em um abraço violento, que nos fez cair no chão. Só aí percebi que era o retardado do Jonas.
Fiquei tão chocada que não movi um só músculo, apenas fiquei observando-o gargalhar. Nunca fiquei tão próxima a Nicholas o suficiente para notar o quanto seu corpo era quente, ou quanto ele era forte e, muito menos, que seu hálito tinha cheiro de menta.
Balancei a cabeça na tentativa de racionalizar meus pensamentos e reagir. O peso daquele brutamonte já estava me machucando.
“O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?”-Gritei em protesto.
“Você deveria perguntar o que a Miley está fazendo.”-Respondeu ele com o sorriso torto de filho da mãe.
“Sai de cima de mim, imbecil!”-Falei, tentando tirar ele de cima do meu corpo, mas era impossível, já que ele era muito grande.
“Nicholas, estou fazendo exatamente o que eu sempre quis fazer, mas nunca tive coragem. Você é tão irresistível, lindo e sexy.”-O retardado falou, se sentido muito esperto.
“Ei! Eu nunca faria isso, você está quebrando as regras, eu não sou assim, e nunca falaria isso!”-Bufei contorcendo meu corpo, quase totalmente imobilizado pelo abraço prisioneiro de Nicholas.
Ele pareceu ignorar minhas tentativas de me desvencilhar e minhas palavras.
“Nicholas, por favor, acabe com minha carência sexual. Quem sabe eu finalmente viro uma garota normal.”-Disse Nicholas, piscando para mim.
Se ele ia ser irracional e idiota eu também seria.
“Eu não posso, Miley, eu sou gay!”-Respondi, sorrindo satisfeita ao ver o sorriso do Jonas desaparecer totalmente, dando lugar a uma carranca.
“Eu não sou gay!”-Nicholas falou parecendo ofendido. “Para o seu azar, você não faz nem um pouco meu tipo, porque se fizesse, eu te mostraria quem é o gay aqui e agora, de um jeito que você jamais esqueceria.
Por algum motivo, engoli seco e pisquei os olhos, tentando me concentrar. Então, a gargalhada de Nicholas voltou com força total e eu realmente não entendi o motivo. Ele parecia está rindo da piada mais engraçada do mundo.
“O que foi?”-Perguntei baixinho.
“Eu não transaria com você nem que você fosse a última mulher do mundo.”-Disse ele, rindo descontroladamente, soltando-me e sentando no chão com uma mão no rosto como se enxugasse lágrimas de riso.
Levantei-me rapidamente, me sentindo levemente ofendida.
“Lógico que eu não faço seu tipo, não sou nenhuma loira promíscua sem personalidade e sem cérebro. Eu é que jamais transaria com você!”-Respondi agressiva, me direcionando às escadas que levam ao andar superior. 
Ele continuou lá, rindo e rindo. Subi as escadas correndo e me tranquei dentro do quarto. Não entendia o motivo de me sentir ofendida, mas eu simplesmente não gostei das palavras de Nicholas, nem de ser menosprezada.
Cerca de uma hora depois, eu já podia ouvir as vozes no andar inferior, mas não tinha a menor vontade de descer para interagir com minha “futura nova família”.
Me revirei na cama alguma vezes tentado dormir, mas o cabelo bagunçado estava me deixando impaciente.
“Ei, Miley, o que está fazendo aí sozinha?”-Perguntou Emily adentrando no quarto sem bater.
“Sai fora, Fofolete, eu não quero conversar!”-Respondi ríspida.
“Oh, para de me chamar de Fofolete, é chato.”-Pediu ela, sentando-se na cama.
“Não posso. Você parece mesmo uma daquelas bonequinhas fofolete.”
Mesmo querendo fazer piada com Emily, eu não estava no clima para isso, só queria ficar sozinha.
“Vamos lá para fora, estamos todos na sala, conversando, bebendo, rindo.
Anda, você precisa se enturmar um pouco, só briga com todo mundo.”-Pediu ela, me puxando pelo braço. Nem me movi, não estava nem aí para as pessoas na sala.
Emily continuava puxando meu braço e eu sabia que ela não iria parar, até que déssemos um ponto final naquela conversa.
“Me dá apenas um motivo para descer.”-Pedi, sabendo que ela não poderia falar nada que me fizesse levantar da cama.
Emily me lançou seu sorriso de fadinha encapetada e disse...
“Nicholas está imitando você lá embaixo.”
“Ok, eu vou!”-Pulei da cama e marchei em direção à sala, pronta para enfrentar mais uma vez o Nicholas Palhação Jonas.
Emily tinha razão, quando cheguei lá, todos estavam sentados, uns no chão, outros no sofá, e todos rindo de Nicholas, que imitava o meu jeito de andar.
A ira estava subindo como fogo pelo meu corpo, ninguém nunca me irritou tanto como aquele rapaz de cabelos enrolados. Emily saltitou para o meio da sala e eu fiquei ali, parada próximo a escada, decidindo se me jogava em cima do infeliz para espancá-lo ou se ia para o jardim começar a cavar sua cova. De repente, tudo ficou escuro, tão escuro que não consegui ver absolutamente nada.
“O que foi isso?”-Perguntou Denise.
“Deve ter sido uma queda de energia, não se preocupem.”-Respondeu Billy.
“Ah, não! Justo agora que Nicholas ia imitar o jeito da Miley brigar.”-Falou a anta da minha irmã Taylor.
“Fiquem todos aqui. Eu vou com Denise até a garagem tentar achar uma lanterna ou coisa do tipo. Deve haver algo lá. Comportem-se.”-Disse Billy, saindo lentamente, arrastando a mosca morta com ele.
Eu fiquei imóvel, não sabia o que fazer. Tinha medo de me mexer e esbarrar em alguma coisa naquele escuro assustador.
“EI! QUEM PASSOU A MÃO NA MINHA BUNDA?”-Gritou furiosa Taylor.